"Todos dizem ser forte o rio que tudo arrasta. Ninguém diz serem fortes, as margens que o comprimem"

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Diogo em entrevista ao firum


No seu currículo Diogo Morgado conta com várias participações em telenovelas, filmes e peças de teatro. Até Setembro veste, pela primeira vez, a pele do protagonista Santiago, na telenovela “Vingança”. Em conversa com o FÓRUM, o actor falou da sua experiência e levantou o véu sobre os próximos acontecimentos desta adaptação da história do Conde de Monte Cristo.



FÓRUM: O Diogo Morgado já fez teatro, cinema, televisão e já foi apresentador de televisão, mas nunca participou num elenco onde fosse a personagem central. Como está a encarar este desafio?
Diogo Morgado: Em primeiro lugar, a história é muito boa. Trata-se de uma história adaptada de um clássico de Alexandre Dumas, que é o “Conde de Monte Cristo”, e como é um romance que vai acompanhando os tempos, a história torna-se muito forte. É uma novela que apela aos instintos primitivos e que embrulha o bem com o mal. A grande questão centra-se em tentar perceber até que ponto, o vingarmo-nos de alguém que nos fez mal não nos torna, também a nós, em alguém tão mau quanto eles. Nesse aspecto, entendo que a história da novela tem relembrado sempre o clássico de Dumas. Mas, na personagem do Santiago não me sinto como um vingador ou como um herói. A minha personagem é, de facto, a de um vingador mas é também uma personagem que se vai aproximando cada vez mais daqueles que me fizeram mal e vai-se tornando quase tão mau quanto aqueles de quem me quero vingar. Por isso, neste caso, torna-se quase como um anti-herói. Eu acho que é isto que torna a novela diferente, e que não é normal assistirmos. Nas restantes novelas, as personagens estão sempre muito bem definidas, as más de um lado e as boas do outro. A “Vingança” é um pouco pioneira neste sentido, porque nunca se percebe muito bem quem é o mau e quem é o bom ou até que ponto o bom tem razões para fazer o que faz e vice-versa. Portanto, posso dizer que encarei muito bem este novo desafio e fiquei extremamente contente.



F: Quando soube que iria representar a personagem do Santiago, sentiu necessidade de recorrer a algum tipo de pesquisa para melhor encarnar a sua personagem?
D.M: Eu procurei ver os dois filmes produzidos e que fazem uma adaptação do “Conde de Monte Cristo”. Procurei ver tudo o que apela à vingança. Estudei personagens que procuravam vingar-se de alguma coisa ou de alguém. Vi a primeira adaptação ao cinema com o Gérard Depardieu, e o filme mais recente com o Jim Caviezel. Tentei procurar nestas duas personagens pontos onde se conseguisse estabelecer de certo modo algum paralelismo com a história que iríamos contar. Mas, não fiz uma pesquisa muito mais rebuscada, foi mais através dos textos que me deram e dos tais filmes que tive a preocupação de ver.



F: No seu trajecto profissional, já participou em várias peças de teatro, já fez cinema e televisão. Qual destes mundos o fascina mais. O que é que prefere fazer?
D.M: Eu há uns tempos atrás tinha realmente alguns campos que preferia. Actualmente, independentemente do trabalho que tenha que desempenhar, o que me interessa é trabalhar com pessoas que gostem daquilo que fazem e que sintam orgulho naquilo que fazem. Digo isto, porque realmente já houveram projectos dos quais eu esperei muito e porque as pessoas envolvidas não estavam totalmente entregues ao projecto, esse trabalho que supostamente seria muito bom acabou por se revelar numa coisa não tão boa. Mas também houveram projectos em que participei dos quais, inicialmente, estava com um bocadinho de medo, mas que acabaram por se tornar em algo muito bom para mim. Portanto, o que eu gosto, essencialmente, é de trabalhar com boas pessoas e com bons profissionais.



F: Depois de todas as personagens e de todos os projectos em que participou, o que é que ainda lhe falta fazer. O que mais gostaria de realizar?
D.M: Tanta, mas tanta coisa. Eu acho que nós nunca aprendemos tudo. E acredito que ainda me falta aprender tanta coisa. Todos os dias, vou aprendendo coisas novas. Mesmo com o próprio Santiago, aprendo sempre qualquer coisa. Não se trata de uma personagem fechada, as coisas vão acontecendo o que faz com que me tenha de adaptar em função do que se vai passar. E isso é muito bom. Faz me sentir que nós nunca sabemos nada. A grande vantagem e desvantagem desta profissão, é que as coisas não são sempre iguais. E, se por um lado, é bom não serem iguais, por outro também nos dá medo, porque receamos não saber fazer ou não fazer o suficiente, ou então não fazer aquilo que as pessoas estão há espera que nós façamos.



F: Depois da novela terminar, tem projectos em vista?
D.M: Sim tenho alguns. Em princípio, vou estrear uma peça de teatro dia 12 de Janeiro, uma co-produção do Teatro Malaposta e do Teatro Nacional. Ainda não está muito bem definido o local, mas será num destes teatros. Em televisão existem algumas coisas apontadas, mas ainda nada em concreto.



F: Voltando à novela “Vingança” e à sua personagem. O que mais se irá passar com o Santiago. Que outras surpresas irão ser reveladas?
D.M: Eu gosto desta história, porque toda a gente pensava que o Santiago só iria aparecer no fim, ou que só iria reencontrar a Laura no final. Mas estes acontecimentos dão-se precisamente no meio da novela. Agora, a pergunta inevitável. O que é que vai acontecer? Posso revelar que ainda faltam muitas coisas. Ainda esta semana ou para a próxima haverão mudanças na história. Depois de tudo estar esclarecido, e do o Rodrigo e o Alberto finalmente descobrirem que o Santiago está vivo, as coisas irão se dividir em duas fracções, que irão culminar numa guerra clara e acesa entre eles. Agora, o que é que ambas as partes irão fazer, o que é que irá acontecer a partir daqui, não posso revelar.

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